Slaves of Hell

Muita gente, assim como eu, fica com um pé atrás com o Avenged Sevenfold. E, com certeza, muitas dessas pessoas que ficam com esse pé atrás são fãs do Dream Theater, assim como eu. Sem dúvidas, a notícia de que o até então baterista do Dream Theater, Mike Portnoy, estava tocando bateria naquela banda revirou os estômagos de metaleiros do mundo todo. Foi um espanto, bombástico. Sua posterior saída do Dream Theater também foi o auge das péssimas notícias, mas ao mesmo tempo os fãs se lembravam da raiva e nojo de Mike Portnoy no Avenged Sevenfold, e isso serviu de consolação para se contentar com a impensável ideia de Portnoy fora dos estúdios do Dream Theater. A consolação ficou ainda melhor quando saiu o álbum "A Dramatic Turn of Events", em 2011, mostrando que o novo baterista, Mike Mangini, está à altura, e é também um grande baterista.

Para a felicidade de muitos fãs, Mike Portnoy não se demorou no Avenged Sevenfold, e então ele ficou sem teto. Não tinha escolha, se não, chamar grandes músicos e iniciar uma nova banda ou projeto. Foi exatamente o que fez, e só em 2012, lançou álbum com duas bandas: uma delas é o Flying Colors, onde lançou um álbum de mesmo nome, e a outra é o Adrenaline Mob, que é do que trata-se este post. Aliás, o Flying Colors já vem desde 2008, mas só agora o projeto lançou álbum.

Fui atrás do Adrenaline Mob meio que por uma leve pressão de um amigo que ficava comentando comigo, e ficava me perguntando se eu já ouvi o álbum. Juro que eu não sabia o que esperar da banda, nem estava muito interessado. Sequer li informações sobre ela, apenas sabia que tinha a ver com Portnoy. Um belo dia eu resolvi ouvir, e me impressionei com a qualidade musical, com o peso deste álbum! É simplesmente maravilhoso! Um ponto mais do que positivo são os vocais que, ao ouvir, fiquei parado, pensando "Eu conheço esse vocal raivoso... só pode ser Russell Allen." Não deu outra, era o próprio, o que me deixou muito feliz, pois sou admirador da versalidade do vocal de Russell Allen, vocalista do Symphony X, Russell Allen's Atomic Soul, Allen/Lande, entre outros. Ao mesmo tempo que tem uma voz com uma verdadeira ira, é capaz de cantar com uma voz calma e linda, e às vezes até mescla ambas, ou canta em um meio termo entre elas.

O Adrenaline Mob foi formado em 2011, na cidade de Nova York, Estados Unidos, por iniciativa do vocalista Russell Allen, do guitarrista Mike Orlando e do baterista Mike Portnoy. Seu primeiro trabalho, e apenas uma amostra do que estaria por vir foi um EP intitulado com o nome da banda, lançado no mesmo ano de 2011. Como um empurrão a mais na promoção da banda, os caras lançaram um vídeo no Youtube onde mostra eles tocando a canção "The Mob Rules", do Black Sabbath.

Sua primeira apresentação nos palcos foi em 24 de junho de 2011, no Hiro Ballroom, em Nova York, com o baixista Paul DiLeo (Fozzy) e o guitarrista Rich Ward (Stuck Mojo, Fozzy), o que culminou no aproveitamento deles como membros integrais da banda, mas por pouco tempo. Logo em janeiro de 2012, a banda anunciou a saída de ambos. Mas já em fevereiro, o novo baixista foi anunciado como sendo John Moyer, do Disturbed. Porém, não foi contratado um novo guitarrista, ficando, então, apenas Mike Orlando na guitarra.

Saiu então o álbum debut da banda, que recebeu o nome de "Omertá". É como eu já falei mais acima, trata-se de um álbum fantástico, pesado, com solos de guitarras serpenteantes e rápidos, com uma performance sem igual de Russell Allen e uma bateria que, se você prestar atenção, te vem várias passagens de músicas do Dream Theater à cabeça, apesar do estilo da banda não ser nada parecido com Progressive Metal. Na verdade, o estilo da banda é difícil de definir, mas é definido comoAlternative/Heavy/Groove Metal, pois tem elementos de todos esses três gêneros. É claro que digo que lembra o Dream Theater se você prestar atenção apenas na bateria, o que é, de certo modo, meio óbvio, afinal, trata-se do estilo próprio de Mike Portnoy. É um álbum que, sem dúvidas, vale a pena ouvir, pois encanta a qualquer ouvinte. É indispensável, principalmente para os que gostam de peso, sem que seja necessariamente porradas como Death Metal ou Black Metal. Um outro ponto legal do álbum é o cover da música "Come Undone", do Duran Duran, que ficou extraordinário, e conta com a participação especial da vocalista Lzzy Hale, da banda Halestorm (não confundir com Alestorm! Rsrs!).

Gostaria de, por último, deixar claro que, como o blog é pessoal e opinativo, as referências que faço ao Avenged Sevenfold são baseadas na minha concepção, no que eu e, certamente, muitos pensam. Porém, com todo respeito a quem gosta. É só relevar.